Há várias versões sobre a origem do nome do bairro. Alguns dizem que o nome provém da corruptela de "Madres de Goa" devido à presença na zona de um convento com esta designação. O nome está na origem do de um bar-restaurante na Rua dos Industriais.
"À beira do Tejo, Madragoa sempre foi um local de cruzamento de raças e culturas diferentes, sem distinção, albergava os negros que amanhavam os campos e dava abrigo aos pescadores que fainavam no rio, e, na memória dos mais velhos, ainda ecoa o pregão das varinas.
A lenda conta que o bairro nasceu dos milhares de grãos de areia que as gaivotas transportaram para ali. A origem do nome perde-se no tempo. Há quem afirme que a palavra corresponde ao apelido de uma fidalga madeirense "Mandragam" ou que vem de "Madre de Goa". Antes do terramoto, no século XVII, o bairro tinha o nome de "Moçambo" e não era mais do que uma pequena póvoa habitada essencialmente por pessoas de origem africana.
No passado, parte da Madragoa foi um aglomerado de conventos e palácios, onde viveram as Trinas, as Bernardas ou as Inglezinhas. Mas foram os trabalhadores que deram vida ao bairro. Entre os séculos XVlll e XlX, a população sofreu grandes alterações. Nessa altura, veio para Lisboa muita gente da região da ria de Aveiro, em especial de Ovar, daí o nome ovarinas. Comercializavam legumes frescos e peixe. Posteriormente, grande parte destas pessoas optou por ficar na Madragoa. Na maioria, eram casais de pescadores e varinas. Era habitual ouvi-las apregoarem o peixe de canastra à cabeça." (Fonte: aqui)
No final dos anos 60 ainda era possível ouvir os seus pregões.
As características "populares" do bairro ainda se mantêm e são um dos seus principais traços.
Em redor, situavam-se entre outros os palácios dos duques de Aveiro e dos marqueses de Abrantes, o Paço Real de Santos onde actualmente se encontra a embaixada de França, os conventos das Bernardas, das Inglesinhas e das Trinas do Mocambo e a modesta e antiquíssima capela dos Santos Mártires – Máximo, Veríssimo e Júlia – que vieram dar origem à designação da Freguesia de Santos-O-Velho.
O rio Tejo banhava então a praia onde, no início do século passado, foi construído o aterro e posteriormente transformado num dos mais importantes eixos viários da cidade. [...]
Ainda escassamente urbanizada, o terramoto de 1755 não atingiu particularmente a localidade para além de algumas derrocadas registadas no Convento das Bernardas e no Palácio dos Duques de Aveiro. Mas, foi sobretudo a catástrofe então vivida que veio a determinar o crescimento urbano da área ocidental de Lisboa. As classes mais abastadas abandonavam o centro da cidade então em ruínas e transferiam-se para Santos-o-Velho e faziam nascer um novo bairro na chamada Lapa aristocrática, enquanto o Convento das Trinas loteava os terrenos, vendendo-os a preço mais reduzido e dando assim origem ao bairro popular da Lapa, desde o Mocambo ao sítio da Bela Vista." (Fonte: ver aqui, sff)
E mais adiante a fonte agora utilizada diz o seguinte:
"À medida que a colónia ovarina [i.e, da região de Ovar; de "ovarina" derivou a palavra "varina"] foi crescendo em número, os negros que habitavam o bairro foram desaparecendo até que, no século XIX, o antigo topónimo foi abandonado e substituído pela sua actual designação [Madragoa], tomada da antiga rua da Madragoa, actualmente denominada por rua do Vicente Borga [*]. Quanto à origem do topónimo Madragoa persistem várias interpretações, não sendo ainda ponto assente o seu significado.
E, a gente vareira que passou a dominar por completo aquele típico bairro lisboeta, conferiu-lhe uma forma peculiar de vivência marcada pelos jeitos graciosos das suas varinas de canastra de peixe à cabeça e os pregões que [lhes são] característicos. A vizinhança mantém a proximidade que caracteriza os bairros piscatórios e, bem no centro do bairro, na taberna que foi da Maria Barbuda e onde nasceu Maria Honofriana Severa, a fadista que se tornou uma lenda do fado [...]"
* (nota): O nome Vicente Borga tem origem na corruptela de Vicente Borchers, um negociante alemão que morou nesta antiga Rua da Madragoa após ter casado com Maria Clara Sousa Peres, no séc. XVIII.
No passado, parte da Madragoa foi um aglomerado de conventos e palácios, onde viveram as Trinas, as Bernardas ou as Inglezinhas. Mas foram os trabalhadores que deram vida ao bairro. Entre os séculos XVlll e XlX, a população sofreu grandes alterações. Nessa altura, veio para Lisboa muita gente da região da ria de Aveiro, em especial de Ovar, daí o nome ovarinas. Comercializavam legumes frescos e peixe. Posteriormente, grande parte destas pessoas optou por ficar na Madragoa. Na maioria, eram casais de pescadores e varinas. Era habitual ouvi-las apregoarem o peixe de canastra à cabeça." (Fonte: aqui)
No final dos anos 60 ainda era possível ouvir os seus pregões.
As características "populares" do bairro ainda se mantêm e são um dos seus principais traços.
Rua na Madragoa: Travessa do Pasteleiro.
Dela diziam em tempos alguns "provocadores
que o mais difícil para tirar um curso no ISEG
"Fora das muralhas da cidade, para quem seguia das Portas de Santa Catarina em direcção a Belém, surgia no século XVI, em plena dominação filipina, um bairro de negros que tomou a designação de Mocambo que remete para as suas origens africanas. Em redor, situavam-se entre outros os palácios dos duques de Aveiro e dos marqueses de Abrantes, o Paço Real de Santos onde actualmente se encontra a embaixada de França, os conventos das Bernardas, das Inglesinhas e das Trinas do Mocambo e a modesta e antiquíssima capela dos Santos Mártires – Máximo, Veríssimo e Júlia – que vieram dar origem à designação da Freguesia de Santos-O-Velho.
O rio Tejo banhava então a praia onde, no início do século passado, foi construído o aterro e posteriormente transformado num dos mais importantes eixos viários da cidade. [...]
Ainda escassamente urbanizada, o terramoto de 1755 não atingiu particularmente a localidade para além de algumas derrocadas registadas no Convento das Bernardas e no Palácio dos Duques de Aveiro. Mas, foi sobretudo a catástrofe então vivida que veio a determinar o crescimento urbano da área ocidental de Lisboa. As classes mais abastadas abandonavam o centro da cidade então em ruínas e transferiam-se para Santos-o-Velho e faziam nascer um novo bairro na chamada Lapa aristocrática, enquanto o Convento das Trinas loteava os terrenos, vendendo-os a preço mais reduzido e dando assim origem ao bairro popular da Lapa, desde o Mocambo ao sítio da Bela Vista." (Fonte: ver aqui, sff)
E mais adiante a fonte agora utilizada diz o seguinte:
"À medida que a colónia ovarina [i.e, da região de Ovar; de "ovarina" derivou a palavra "varina"] foi crescendo em número, os negros que habitavam o bairro foram desaparecendo até que, no século XIX, o antigo topónimo foi abandonado e substituído pela sua actual designação [Madragoa], tomada da antiga rua da Madragoa, actualmente denominada por rua do Vicente Borga [*]. Quanto à origem do topónimo Madragoa persistem várias interpretações, não sendo ainda ponto assente o seu significado.
E, a gente vareira que passou a dominar por completo aquele típico bairro lisboeta, conferiu-lhe uma forma peculiar de vivência marcada pelos jeitos graciosos das suas varinas de canastra de peixe à cabeça e os pregões que [lhes são] característicos. A vizinhança mantém a proximidade que caracteriza os bairros piscatórios e, bem no centro do bairro, na taberna que foi da Maria Barbuda e onde nasceu Maria Honofriana Severa, a fadista que se tornou uma lenda do fado [...]"
Fonte da foto: ver aqui
* (nota): O nome Vicente Borga tem origem na corruptela de Vicente Borchers, um negociante alemão que morou nesta antiga Rua da Madragoa após ter casado com Maria Clara Sousa Peres, no séc. XVIII.
Gratidão <3
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